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:: 28.6.04 ::

Capítulo III, parte 4.

No capítulo anterior, Nekt estava mostrando a Don os outros povos na Torre do Conselho, e termina apontando os terlizes e sua líder, Heine Zaud.

"Don olhou naquela direção e extasiou-se. Havia apenas oito ou nove deles, todos vestidos com o uniforme verde-escuro que ao invés de ocultar destacava seus corpos sensuais. Heine, uma mulher gorducha de mais de 60 anos, ainda atraente apesar do rosto cansado, os cabelos alourados presos na frente, conversava com o mais jovem e alto deles, que àquela distância passaria por ghi'al, não fosse a curva bem feita de sua cintura. Como se o pressentisse, o outro virou-se para Don, procurando seu rosto com os olhos redondos e negros, mas o guarda não teve coragem de encará-lo. Nesse momento, Nekt pegou sua mão:

- Você pode me fazer um favor? Vá até Heine e mande minha saudação à líder dos terlizes. Diga que nosso penhor ainda é válido e entregue isto a ela - colocou um pequeno objeto na palma do rapaz. - Diga também que esta noite, após a refeição, discutiremos os termos. Entendeu tudo? Repita, por favor. Esta noite, depois da refeição. Isso, muito bom. Não esqueça de nada. E não esqueça da saudação que ensinei!

Sair de perto de Nekt parecia uma aventura para o jovem, mas ele tentou controlar seu nervosismo ao chegar perto da mulher e dizer, estendendo a mão esquerda:

- Venho da parte do representante dos ghi'als para a líder dos terlizes.

Heine sorriu e tocou a parte de dentro do pulso de Don com o dedo, na saudação de seu povo. Ao fazer isso, percebeu como o rapaz tremia e tomou seus braços carinhosamente:

- Oh, pobrezinho, se não fosse tão moreno estaria vermelho como as horas de sono! Nekt não sabe mais cuidar de seus rapazes. Quer sentar? Não? Então fiquemos em pé. Como se chama? Desculpe, não entendi, devagar.

- Ele disse que seu nome é Don Vari.

O moço de cabelos escuros chegou um pouco mais perto e sorriu amistosamente para o ghi'al, parecendo estranhamente familiar. Don achou-o muito bonito: o rosto sereno, com os traços marcantes dos terlizes, e a boca rosada emprestavam-lhe uma aparência quase feminina. Calculou que devia ter sua idade e sua altura, mas provavelmente era mais pesado. Ao observá-lo, recuperou a calma e transmitiu o recado o mais exatamente que conseguiu. Atrapalhou-se ao lembrar do objeto e quase deixou cair ao estendê-lo para Heine, que o examinou entre os dedos:

- Olhe isso! Kaylan, olhe só o que Nekt Vamin mandou. Olhe só: o olho de Terl deste lado, o emblema de Andare deste. É um selo muito antigo, de antes deste Conselho existir, que simboliza a aliança entre os povos do Deus e da Deusa. É um presente muito precioso como penhor dessa amizade. Don, agradeça ao líder dos ghi'als e diga que estarei... Onde? Espere. Onde está Eamen? Tenho que deixá-los um pouco. Por favor, converse com Kaylan até que eu volte."
:: Tovah ::
# 19:18 Dizaê!
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:: 24.6.04 ::
Quem está chegando agora ou quer rever o que passou tem um novo menu aí à sua esquerda. Como eu linkei para o início dos capítulos, é preciso ir voltando de baixo para cima para ler o resto. Em breve, haverá também link direto (externo) para o vocabulário que já apareceu, para eu não ter que repetir toda vez...

Aí embaixo, com vocês, o novo post ;-)
:: Tovah ::
# 00:24 Dizaê!
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Capítulo III, parte 3.

No trecho anterior (faz tempo, né?), o sacerdote Nekt instruía o jovem Don sobre os outros povos sagrados, durante o vôo espacial do território ghi'al para a capital dos sukaks, Gabra. Caprichei no tamanho, hem ;-)

Vocabulário (em breve isso há de terminar): maka-sha'iz significa supremo sacerdote.

"Falou de muitas outras coisas, e nenhuma delas deixaria de ter importância para Don mais tarde. Mas a descrição dos povos que só conhecia de fotos foi o que povoou a imaginação do rapaz mesmo após a aterrissagem. Quando terminaram de se instalar e entraram no grande salão de recepção da Torre do Takpa, seus olhos não paravam de rodar, maravilhados não pelo brilho da pedra negra das paredes, pelas incontáveis obras de arte ou pelos emblemas dos povos pintados em enormes placas de metal, mas pelos rostos, olhos, cabelos, uniformes, sorrisos daquela gente. Nekt puxou-lhe o braço para chamar sua atenção em direção a um sukak idoso, que usava um pano vermelho sobre o traje diplomático e tinha uma pedra vermelha sobre a testa:

- Aquele é Mej Ghel'er-ka, nosso anfitrião. Vamos cumprimentá-lo. Não se apavore, apenas faça o que eu fizer.

Mej pareceu repulsivo a Don com seus adornos; na verdade, os sukaks eram muito mais feios do que podia imaginar. Os mais altos batiam em seu ombro, e todos tinham cabelos ásperos e longos e o rosto meio coberto de pêlos negros, mas o pior era quando erguiam os olhos, vermelhos e transparentes. Pareceram, num primeiro momento, todos iguais, indistintos e inexpressivos como bichos. Mas quando o rapaz ghi'al, imitando seu líder, ergueu a mão bem aberta numa saudação, sentiu sobre si o olhar espirituoso e cheio de curiosidade de um daqueles seres, bem ao lado do maka-sha'iz. Era um sukak jovem, que usava uma corrente de metal prateado presa nas duas orelhas por pedras azuis. Retribuiu ao sorriso de Don, cumprimentou Nekt rapidamente e sumiu.

- Quem era o rapaz? - perguntou ao sacerdote, assim que teve oportunidade.

- Rapaz? Don, era uma moça! - riu Nekt. - Se tiver dúvida, um sukak que usa azul é sempre mulher. É neta de Mej e sua tradutora oficial, já que ele entende um pouco de andrish, mas só fala sukak. Aquela ali, rápido, aquela! - fez Don olhar para o outro lado do salão.

- Quem? A mulher com a cicatriz e a gargalhada mais alta da galáxia? Que gente feia! São tão brancos!

- Ela mesma! É Valea Naradit com os sheitzis. E não repita isso perto dela, pois é muito vaidosa e dizem que já matou mais de um - deu uma risadinha. - E daquele lado estão os seus terlizes. Aquela com a pedra verde nos cabelos é Heine Zaud."
:: Tovah ::
# 00:19 Dizaê!
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:: 21.6.04 ::
Já sei que estou devendo um post aqui... tou devendo também o link para o mapa e providências para que se ache os primeiros posts do "prelúdio". Aviso que estou providenciando ambas as coisas... mas por enquanto tá meio hard pra postar algo novo. Sorry, gente...
:: Tovah ::
# 11:21 Dizaê!
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:: 10.6.04 ::
Capítulo III, parte 2.

No trecho anterior, o maka-sha'iz (supremo sacerdote) Nekt projetou mentalmente a imagem da Sala do Conselho para Don. Vocabulário: enkaf é um tratamento similar a "senhor".

"Nekt caiu sobre sua poltrona, suspirando fundo, e cobriu os olhos com a mão. Don lançou-se aos pés dele e, sem pensar, pôs-se a acariciar os cabelos cinzentos. O sacerdote ergueu os olhos, mas parecia ver algo adiante do rosto do jovem.

- Isso... isso é muito complicado, enkaf? É difícil de aprender? É cansativo?

- Sim, isto é complicado. Por mais forte que seja o Dom, projetar imagens é muito difícil. Não conheço ninguém que seja capaz de fazer isso sem treino, como você é capaz de ler pensamentos sem treino. A não ser talvez... não, ninguém é capaz. - Passou a mão no rosto de Don e beijou seus cabelos. - Tudo me cansa agora, criança, estou muito velho para isso, estou velho demais para qualquer coisa. Oh, Sukassi, o que mais me resta para ver nesse mundo? O que ainda devo testemunhar aos 88 anos? Deuses! Eu já não posso mais, deixem-me enlouquecer ao menos, não posso mais...

Uma lágrima brilhou em seu olho descorado, mas no instante seguinte já estava em pé novamente, narrando para Don as particularidades de cada um dos povos sagrados, às vezes com sua voz quebrada, às vezes mentalmente. Os sheitzis, que viviam no gelo, eram festeiros, briguentos e desconheciam autoridade; sua representante, Valea Naradit, tinha uma valentia legendária e fora famosa como pirata espacial. O líder dos sukaks era seu maka-sha'iz, como para os ghi'als, e chamava-se Mej, da cidade de Ghel'er; o Velho Povo falava sua própria língua em vez do andrish e nunca adoecia. Os terlizes jamais mentiam, e Nekt admitiu nunca ter compreendido bem sua hierarquia; eram liderados por Heine Zaud, chefe do clã da cidade de Zadua e mãe de 16 filhos. Quem representava os belos heaklas era o líder de seus diplomatas, o psicólogo Anie Tame-He'ir; eles viviam em comunidades, abominavam a guerra e estavam sempre apaixonados, às vezes por muitas pessoas de uma vez."
:: Tovah ::
# 00:39 Dizaê!
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:: 4.6.04 ::
Capítulo III, parte 1.


"O restante do dia, e também o seguinte, foram de silêncio e ansiedade para Don. Nekt voltara a seu estado de concentração, mal tomando consciência do rapaz de Aduen, que absorvia cada gesto seu como se fosse encontrar uma revelação. Por falta do que fazer, de vez em quando o jovem tentava olhar o futuro, ou o presente, mas só conseguia imagens triviais: um jardim cheio de flores, a mãe lendo, Delok em seu velho quarto... Vez ou outra, de relance, os belos cabelos negros de uma mulher, longos demais para uma ghi'al, muito crespos para ser terlize, como preferia. Mas esta visão fugia quando tentava fixá-la.

Na última manhã de viagem, Don acordou sentindo que alguém o chamava. Abriu os olhos e encontrou a face do maka-sha'iz acima da sua, mirando-o intensamente. Para seu espanto, pareceu-lhe ouvir a voz de Nekt dentro de sua própria cabeça, dizendo: "Levante-se, você precisa aprender". Deu um salto, e o sacerdote recuou com uma risadinha. Novamente a voz entrou em seus pensamentos: "Não se assuste, isto também é ghytz. Você é um bom telepata. Se tivermos sorte, haverá tempo de ensinar. Há coisas mais urgentes". E a imagem da torre de Gabra, repleta de gente dos mais diversos povos, preencheu sua mente.

- Antes de descermos, há coisas que você tem que aprender - disse Nekt, seu olhar indo incessantemente de Don para a parede da nave. - Não se preocupe tanto com a minha segurança, não é para isso que eu o trouxe. Eu disse que vi seu destino, e vi. Não sei qual é, Don, mas eu vi que você vai ao encontro dele na estrela Nameo. E para isso você precisa saber o que vai ver na Torre do Takpa. Eu sei que você não é um homem do mundo ou um diplomata, mas terá de ser em Gabra. Por isso escute e preste atenção.

O velho pareceu fazer um esforço e Don viu mentalmente uma sala redonda, com uma bancada sextavada de pedra negra ao centro. A seu redor, os rostos inteligentes de pessoas dos Cinco Povos, um de cada vez, todas vestidas com seus uniformes diplomáticos. Castanho para os sukaks, verde para os terlizes, azul-profundo e ouro para os heaklas, vermelho-escuro para os sheitzis. A sexta face da mesa estava vazia, e Don enxergou o emblema de um animal todo negro, a que chamavam sil. "Silki", disse a voz em sua mente. "O sexto lugar é para o povo do Rei." "

:: Tovah ::
# 23:29 Dizaê!
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