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:: 30.4.04 ::

Capítulo I - parte 4

Vocabulário: relembrando, maka-sha'iz é o supremo sacerdote de um deus ou de um povo. Menku é um sinônimo para "caipira", pessoa sem trato social.

"Por muitos dias, Don conheceu muitas pessoas e aprendeu muito, mas mal falou com Nekt. Uma tarde, recebeu o uniforme diplomático dos ghi'als, azul-marinho muito escuro com gola e frisos brancos, e a insígnia com Andare, a estrela de vinte pontas, símbolo do seu povo. Foi informado de que o líder o escalara para sua guarda pessoal enquanto estivesse em Gabra, capital do povo sukak, para uma reunião do Takpa, o Conselho Sagrado. Seria o homem mais próximo do sacerdote e deveria defendê-lo com a vida, se necessário. Ocorresse o que fosse, não deveria afastar-se dele um só minuto desde o embarque até o retorno a Malka, a menos que o próprio Nekt desse ordens diferentes.

Don ficou surpreso e assustado. O Conselho reunia os líderes dos cinco povos sagrados —aqueles que a religião de Andrameni dizia terem nascido dos próprios deuses— quando era preciso que agissem juntos. Cada um dos povos tinha um representante; o dos ghi'als era seu maka-sha'iz. A razão do encontro, o jovem supunha saber. O ambiente nos Povos Sagrados andava pesado desde a morte do Rei de Andrameni, no ano anterior, graças às notícias que chegavam do território dos heaklas. O povo dourado erguera-se contra o Reino. Tão românticos e frágeis, tão avessos a lutas, agora estavam em armas, juntavam-se espontaneamente em grupos e enfrentavam os soldados reais até as fronteiras. Era uma crise nunca vista antes, e só o Conselho podia decidir o que fazer. O que preocupava Don era o risco num momento desses. Ser responsável pela segurança pessoal do maka-sha'iz em pleno Takpa parecia excessivo para sua idade e seu treinamento pela metade. Mas quem falava com ele apenas ensinava a etiqueta palaciana, a história dos povos sagrados ou como retribuir o cumprimento de um sukak; nem uma palavra sobre seu papel de soldado.

E no dia da partida Don esperou enquanto pensava o que seria dele depois daqueles dias inacreditáveis, perfilado entre os outros guardas, parecendo mais alto e delgado em seu uniforme novo, até que Nekt Vamin, o manto azul-claro de maka-sha'iz destacando seu perfil esguio em meio às roupas escuras do séqüito, os cabelos cinzentos caídos em ondas sobre os ombros, parou a sua frente e esperou que Don se postasse no lugar indicado, para depois se despedir cerimoniosamente dos demais e seguir para a nave com uma comitiva de não mais que dez pessoas, entre as quais o jovem menku de Aduen."
:: Tovah ::
# 19:21 Dizaê!
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:: 28.4.04 ::
Vai fazer 10 anos que Ayrton Senna morreu. Gostaria de dividir com vcs. este texto que postei no blog do site Grande Prêmio.

"Eu tinha oito anos quando morreu meu primeiro ídolo na F-1. Olha a que ponto chega a rejeição: eu tinha oito anos, não entendia lhufas de automobilismo, e meu ídolo não era o brasileiro campeão do mundo. É claro que não estou falando de Senna, por enquanto. Meu primeiro ídolo foi Gilles Villeneuve. Depois da morte dele, simplesmente parei de assistir corridas por alguns anos.

Mas há que torcer para brasileiro neste país sobre rodas. Nunca fui exatamente piquetista, mas é claro que ficava feliz com suas vitórias. E então veio 1984. Eu estava lendo no sofá quando ouvi o Galvão Bueno falar sobre a estréia de um novo brasileiro, um tal de Ayrton Senna. Achei curioso. E assisti. Virei fã. Assim, de imediato, sem mais nem porquê.

Seis corridas depois, veio Mônaco. É engraçado. Eu não assistia F-1. Não lembro de nenhuma outra corrida da temporada. Mas lembro que mandaram molhar o túnel. Lembro de detalhes da corrida. E, é claro, lembro do fantástico segundo lugar daquele menino, Ayrton Senna. Não sei por que, não parava de pensar em Villeneuve.

Depois disso, comecei a acompanhar automobilismo, hoje meu esporte preferido. Assisti inúmeros bons momentos do gênio Senna, mas nada teria o mesmo sabor sem aquele amor imediato nas corridas meio assistidas e mal compreendidas. Assisti à primeira e à última prova de Senna. A paixão pelos carrinhos sobreviveu aos ídolos."

:: Tovah ::
# 11:29 Dizaê!
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:: 27.4.04 ::
Aproveitem e cliquem no banner aí em cima. É a livraria do Paulo, que tem muita coisa legal. Além disso, vcs. nos ajudam com o leite dos gatinhos ;-)
:: Tovah ::
# 18:18 Dizaê!
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Cacilda, este blog nunca teve tanto page view quanto hoje!! Tudo graças à propaganda gratuita feita pelo Pablo nos comentários do Homem Chavão. Agradeço aos elogios (talvez imerecidos, mas com certeza ótimos para a auto-estima!) e aos visitantes!
:: Tovah ::
# 18:05 Dizaê!
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:: 26.4.04 ::
Capítulo I - parte 3

Vocabulário: enkaf é um tratamento respeitoso, mais ou menos equivalente a "senhor" (uma tradução mais própria seria "honorável"); alma-shaki, que quer dizer literalmente "deus adulto" (os deuses andrish podem ser figurados adultos ou crianças, conforme seus atributos), é usado como interjeição. O primeiro parágrafo refere-se ao supremo sacerdote Nekt Vamin, que estava falando no final do post anterior.


"Seu rosto perdeu-se em pensamentos, ergueu os olhos para a janela mais alta e uniu os lábios magros aos dentes. Ficou por muitos segundos assim, mergulhado numa visão que parecia transparecer nos olhos muito claros. De repente falou, sem se mover:

—Gêmeos são irmãos de corpos, mas seus espíritos podem estar em lados opostos. Taian não são a mesma pessoa, não importa o que diga a tradição, e às vezes pensam diferente, pensam mesmo. Os deuses gêmeos são irmãos em espírito, mais que de corpos. E em Gabra você vai encontrar seu taian de espírito. Não de corpo, talvez nem de povo, mas de espírito. Esqueça Delok. Ou não esqueça... ele é seu irmão, afinal. —Baixou os olhos para Don.— Mas pense que vocês podem estar em lados opostos e não saber.

—E qual é meu destino, enkaf? —Don não se continha de angústia. Mas Nekt deu uma saborosa risada:

—Não sei, criança! Usar o dom de Ghyla não é como ver um filme. Você nunca sonhou com algo que aconteceu mesmo? Esse é o dom, nada mais, é o mesmo para um jovem aprendiz como você e para um velho sacerdote treinado como eu, o que muda é a intensidade. Só o que sei é que quando você encontrar aqueles que vão trazer seu destino, pode ser que muita coisa mude. Deixe-se levar.

Sorriu de modo tão simpático que Don sentiu-se tentado a beijar seu rosto, como os ghi'als faziam com os amigos íntimos. Algo dentro dele pareceu dizer: "Faça o que sente". E fez. Nekt deu uma risada aguda, segurando o queixo de Don:

—Você também tem o dom de Terl. Ninguém nunca testou seus dons? É espontâneo, então. Alma-shaki, isto vai ser mais interessante do que eu pensava!

Acenou para os sacerdotes, sorrindo divertido, e, sem explicar mais nada, mandou instalá-lo nos melhores aposentos da ala residencial."
:: Tovah ::
# 22:44 Dizaê!
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:: 23.4.04 ::
Capítulo I - parte 2

Já é no segundo post o primeiro trecho republicado.... hehehe... espero que agora faça sentido!

"Então Nekt Vamin mandara chamá-los à ampla sala de audiências e mesmo antes que se aproximassem apontara para ele:

—O do olho azul. É este. O taian volta.

E Delok estacara, estupefato, enquanto alguns sacerdotes indicavam-lhe polidamente o caminho da porta, e outros tentavam atrair seu irmão, seu taian, para os pés de Nekt. Don o-lhava incrédulo para um e para outro, apontando o taian, sua metade, parte de si, sob os olhos quase transparentes do líder ghi'al:

—É um engano... é meu taian... nós somos taian... nascemos ao mesmo tempo... não posso ficar aqui sem ele. Não posso ir a parte alguma sem ele!

Nekt deu um sorriso amistoso e estendeu as mãos de velho para ele:

—Não se preocupe, vai ficar tudo bem com você e com ele. Você não vai ficar sem taian. Venha, sente-se aqui perto de mim que eu quero contar um segredo. Venha, não tenha medo. Você é um menino especial, sente-se perto de mim. Isso, venha comigo.

Quase sem perceber, Don tomou aquela mão morena surpreendentemente firme e viu-se sentado aos pés da cadeira do maka-sha'iz. Quando olhou para trás, não havia mais sinal de Delok.

—Não precisa se preocupar, Don Vari de Aduen. Você vai encontrar o seu taian.

Don ergueu os olhos para o rosto enrugado de Nekt, um rosto da idade do tempo, e murmurou:

—Vou encontrar Delok? Ele vai ficar aqui? Mas... como? Para onde ele foi? Onde o levaram? Eu nunca fiquei longe do meu irmão... —parou ao ouvir a risada do velho.

—Não estou falando de seu irmão, Don Vari de Aduen. Gêmeos são pessoas especiais. Têm um destino. Todo taian tem um futuro especial. Mas nem sempre juntos. Não é porque vocês nasceram ao mesmo tempo que são taian... aqui —apontou a cabeça e o peito. — Eu preciso de você porque eu vi o seu destino. Em Gabra e Mau'r, em Berika e Ori'an..."
:: Tovah ::
# 23:02 Dizaê!
...
:: 21.4.04 ::
*****rufam os tambores*****
E agora, o momento que todos esperavam....

PRELÚDIO PARA DAKSI
Começando do começo e em ordem ;-)

Capítulo I - parte 1


"Enquanto esperava o embarque, Don tentou imaginar mais uma vez por que o maka-sha'iz fazia tanta questão de sua presença. Seria uma viagem diplomática da mais alta autoridade religiosa dos ghi'als, e ele não entendia nada de diplomacia, logo ele, um menku, um caipira dos confins do território do seu povo, que mal completara 18 anos e ainda nem terminara de fazer o treinamento militar, como qualquer jovem de Aduen. Sobretudo, Don não entendia por que o fizeram deixar para trás seu taian, seu gêmeo. Por toda a vida, irritara-se ao ser tratado como se ele e Delok fossem uma pessoa só, de acordo com a tradição. Mas Nekt Vamin apontara para ele e dissera:

—É este. O gêmeo volta. Este vai comigo.

E então Don sentira-se irremediavelmente sozinho, longe dos pais e agora do irmão, perdido dentro de um mistério desde que Nekt solicitara todos os taians de Aduen em idade de treinamento, para ir a Malka, o sonho de qualquer garoto da fronteira, a cidade de Ghyla, onde reinava o próprio deus, ou o maka-sha'iz em seu nome. Havia no imenso quartel apenas três pares de gêmeos, entrevistados bruscamente antes de se avistar com Nekt:

—Taian Vari. Nomes.

—Sou Don Vari, este é meu irmão Delok.

—Põe aí, fulano, Don é o de olho azul, Delok é o claro. Militar?

—Estamos no treinamento, mas estudo arqueologia, e meu taian...

—Põe aí, militar. Treinamento diplomático?

—Na escola militar, nós...

—Põe aí, básico. Treino de dons? Religioso?

—Só iniciação, eu não...

—Sabem o nível dos seus dons?

—Não, na verdade não.

—Básico. Põe aí, boa constituição, aparentam boa saúde, altura média. O claro é mais alto. O dominante é o de olho azul. E vocês dois, esperem ali até chamarem.

Com o canto do olho, Don viu Delok morder o lábio e cerrar os punhos. Durante quase toda a vida, Don seguira tudo o que o irmão fazia. Até mesmo quando deixaram a casa dos pais, como todo ghi'al por volta dos 14 anos, o gêmeo decidira para onde iam. Mas há dois ou três anos, do dia para a noite, como se houvessem combinado, ele começara a responder no lugar de Delok, a escolher os programas, a decidir os passos, sempre pelos dois, como todo taian. Mas era a primeira vez que alguém dizia isso com todas as letras. Don temeu pelo irmão, sem saber por quê."

:: Tovah ::
# 23:09 Dizaê!
...
:: 19.4.04 ::


Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia



Muito louco esse teste! Chupinhado do blog do Gustavo.
:: Tovah ::
# 13:59 Dizaê!
...
:: 15.4.04 ::
Não deixem de visitar o altar da Casa dos Deuses! Descubram o deus andrish que existe dentro de vocês ;-)
:: Tovah ::
# 11:33 Dizaê!
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Finalmente, a última (e menor) parte da introdução.

Introdução ao Daksi, parte final.

Relato de Shela Ketz, sacerdotisa conscrita de Terl. Este não tem vocabulário... décimo, Y'elte e Andare estão explicados no post sobre tempo, e acho que ukar é um treco que eu falo tanto que já ficou inútil explicar... hehehe Ah, homens-cavalos (mapza-fai) são um povo não-humanóide que vive em dois planetas próximos aos sheitzis e heaklas.

"Enfim, foi assim, dizem, que se ergueu o daksi. Isso foi há quase sete anos... a Proclamação de Ori'an vai fazer sete anos no terceiro décimo. E no Y'elte , há sete anos, eles já estavam armados, organizados, erguidos contra a Rainha. Desde então, nunca se sabe onde está o levante: ele está aqui ou ali, perto de Andare ou nos campos de ukar, no território dos homens-cavalos ou no coração das estrelas silkis. Quem eu acho que vencerá? A saga diz que quando o filho dos deuses, que foi escondido, voltar ao mundo, o partido que o tiver consigo será o vitorioso. E isso ainda não aconteceu. Sim, acredito que seja um mito, uma fábula, o símbolo de algo que está por vir. Talvez algum ghi'al sacerdote saiba, mas eu não posso ver o futuro.

Não entendi. Como? Ah, por favor!, não me pergunte isso. Você vai me comprometer. Por favor... Sim, entendo, mas... Isso pode pôr minha vida em risco, entende? Eu tenho fi.. Está bem. Está bem. Se querem saber, vejam isto. Sim, é uma insígnia negra. Sim, eu sou daksi."

:: Tovah ::
# 08:03 Dizaê!
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:: 9.4.04 ::
Estou num estado de espírito inexplicável. Só quem tem o hábito de escrever histórias pode entender. É um misto de euforia e entusiasmo com um sentimento de luto, de perda. Continuo escrevendo o "prelúdio" tanto em ordem quanto fora de ordem. E ontem matei um personagem :-((

O episódio já estava previsto desde antes do primeiro rascunho, mas o sentimento de escrevê-lo de fato é indizível. Já tinha matado personagens antes em contos (engraçado, não lembro de ter escrito nenhuma morte natural), mas é diferente numa história mais longa. Você se envolve com ele, os problemas dele, as manias dele, o charme dele --tudo da sua cabeça, é claro, não tenho episódios delirantes (ainda... heeheh)--, e de repente ele está morto nos braços de alguém insuspeito...

Se tudo der certo, vocês terão a oportunidade de ler isso. Daqui a muitos meses... heheh... já que está bem no final da história.
:: Tovah ::
# 00:43 Dizaê!
...
:: 5.4.04 ::
Andrameni agora tem um sistema de tempo :-) Terminei de definir o sistema de horas e agora posso apresentar tudo junto.

O ano-padrão andrish, medido pelo ciclo da estrela variável Andare, tem 370 dias, dividido em dez daute-ei (décimos) de 37 dias cada. Os daute-ei são chamados simplesmente "primeiro décimo" (mel daute), "segundo décimo" (y'el daute) e assim por diante. O ano divide-se em duas partes pelas principais festas andrish: o Shu'ar (shu'ar andare andrehe, ou dia do ano novo), que é o primeiro dia do primeiro daute, e o Y'elte (y'elte andare andrehe, ou dia do meio do ano), primeiro dia do sexto daute. Tradicionalmente o primeiro período é considerado "calor" e o segundo, "frio", embora isso ocorra em pouquíssimos planetas... Para dar idéia, Ga'ak, o planeta de Don Vari, tem um ciclo (translação) de quase dois anos-padrão, enquanto em Irila, planeta de Mishe Palaki, ele dura uns 250 dias.

Cada dia-padrão, medido pela aparente variação de cor de Andare (na verdade, o ciclo de sua estrela-companheira), que dura aproximadamente 26 horas terrestres, é dividido em seis dar-ei (horas ou períodos): sildar, ou horas escuras, equivalente à madrugada; erudar, ou horas da saúde, à manhã; hedar, ou horas brilhantes, ao meio do dia; ukdar, ou horas azuis, à tarde; zeldar, ou horas da vida, ao início da noite; mezdar, ou horas de sono, à noite fechada.
:: Tovah ::
# 23:31 Dizaê!
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:: 4.4.04 ::
Introdução ao Daksi, parte 2.

Relato de Shela Ketz, sacerdotisa conscrita de Terl. Vocabulário: kalen, literalmente "sem povo", é algo como renegado, proscrito, alguém que não é mais considerado por seu povo como um dos seus (é difícil achar uma tradução exata). Flokhiz quer dizer "idealista" e é um apelido comum para os heaklas. Ukar é o nome de uma flor azul, também conhecida como flor-estrela, tida como sagrada e muito comum em planetas quentes como os dos heaklas.

"Mas você, não, ela estava me perguntando... Sim, o que a história dos Cinco Povos tem a ver com o daksi. Bom, os daksi dizem que as mil gerações chegaram ao fim, agora que os silkis desrespeitaram o mandato que lhes foi dado. Isso é porque, quando o Povo Negro ganhou o poder, algo ficou errado: eles contam apenas quatro Povos Sagrados, pois vêem o Povo Dourado como degeneração. Por mil gerações isso foi tratado com cautela. Mas veio o dia em que o herdeiro do Rei casou-se com uma heakla e por isso viu-se kalen. Lakim, terceiro desse nome, era homem bom e foi um Rei justo e honesto. Mas respeitava as tradições de seu povo e teve de expulsar o próprio filho, renegar o único neto, esse menino de cabelos de ouro e pele morena que carrega o peso de ter um nome silki e heakla. Há oito anos Lakim Leider morreu, deixando como herdeira sua filha mais nova.

Os heaklas não aceitaram, pois a consorte do Rei deveria ser de um dos Povos Sagrados ou silki, e isso não excluía o marido de uma dos flokhiz; muitos ergueram-se em armas, embora não sejam de luta. Pediram parecer ao Conselho, que ia confirmar o desventurado príncipe como herdeiro legítimo. Mas a mão vermelha de Sukassi adiantou-se; no instante em que o Conselho deliberava, morreram o pobre rapaz e sua mulher nas armas de uma patrulha silki que atirou sobre eles por engano e para todo seu pesar. Toda a diplomacia dos Cinco Povos foi inútil, então; nenhuma concessão foi feita, mesmo quando o líder do Povo Dourado foi assassinado diante dos olhos da Rainha, e a repressão sobre o levante heakla prometia varrer qualquer sombra do belo povo dos campos de ukar. O Conselho não podia admitir isso, mas os silkis não permitiam menos, e os velhos diplomatas já não sabiam o que fazer.

Então algo aconteceu. Um rapaz de 19 anos levantou-se no meio da negociação e proclamou que as mil gerações haviam chegado. Atirou sua insígnia terlize sobre a mesa e saiu, convocando a revolta de todos os que queriam mudança. Mas não usou o termo siama, como os silkis dizem; ele falou daksi, que é outra palavra para revolução em andrish. Então um segundo, ainda mais novo, repetiu seu gesto, e repetiu com ele: daksi. E uma mulher fez o mesmo. E outros, vários outros: ghi'als, sukaks, todos os jovens da sala, exceto a Rainha. Até mesmo silkis. Quando vocês ouvirem falar em Proclamação de Ori'an, saibam que é só isso: um bando de jovens, liderados por um terlize quase menino, declarando em público que preferem renegar seus povos a viver oprimidos.

Como? Se eu conheço esse rapaz terlize? Ah! Há muitos anos, cidadão: Kaylan Heidl é meu irmão mais velho. É claro que sempre vou protegê-lo! Ele não é do meu clã, mas é do meu sangue. E é terlize, como eu não o protegeria? Ele nem mesmo está mentindo..."

:: Tovah ::
# 23:19 Dizaê!
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