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:: 31.5.04 ::

Capítulo II, parte 7.

O trecho anterior tá bem aí embaixo e é pequeno, façam o favor de olhar ;-) Ukar é uma flor tida como sagrada. Alma-shaki é uma interjeição mais ou menos equivalente a "meu deus".

"Don não respondeu. Sentia-se enjoado, paralisado de surpresa e agitado demais para pensar. Era tão fácil. Bastava concentrar-se em Delok para vê-lo, sozinho, na casa da mãe, na cama que fora deles. E a torre de pedra negra que vira na véspera, vazia, mas com um turbilhão de pequenos sukaks limpando, decorando, arrumando. E Malka com suas torres brancas, um sacerdote displicentemente mastigando seu desjejum sob a janela do maka-sha'iz. Depois, mais nada. A agitação não passou.

- Eu não acreditava - disse por fim. - Eu não achava que isso fosse real. Essa coisa de dons, e deuses nos campos de ukar, e saber o futuro e o passado, ver coisas distantes e falar mentalmente. Eu achava que eram... modos de dizer, mitos. Como eu posso ter isso em mim, se não acredito?

Ergueu os olhos azuis e encontrou o rosto do velho, cheio de compreensão.

- Vou contar um segredo de sacerdote. Uma coisa não depende da outra. O que chamamos de dons são fenômenos naturais do cérebro, que podem até ser desenvolvidos. Não são presentes dos deuses, como pensavam os antigos. Todas as pessoas têm telal, ghytz e suka'en. Uns mais fraco, outros mais forte, mas todos, sempre. Até os labus , os que não são de Andrameni, e que acreditam que os deuses são um, têm os três dons.

- Eu tive um sonho esta noite - disse Don de repente. Contou a respeito da mulher com o olho da deusa e das flores negras. Depois falou de um labu que conhecera. E continuou a falar por muito tempo, quase sem pausa, gesticulando e rindo, juntando um assunto no outro sem conexão, às vezes tão rápido que Nekt não conseguia acompanhar. Nem parecia o mesmo garoto tímido.

O maka-sha'iz ouviu pacientemente, com um meio sorriso, até que o jovem suspendeu uma frase no meio, olhou para os joelhos, suspirou e disse muito baixo:

- Alma-shaki, como estou cansado.

- É normal - sorriu o outro - É o telal despertando. Por mais naturais que sejam, os dons têm seus efeitos. Por exemplo, creio que você não teve uma noite boa...

Mas Don não ouviu o final. Já dormia profundamente, recostado em sua poltrona."
:: Tovah ::
# 22:27 Dizaê!
...
:: 30.5.04 ::
Adorei este teste... que cidade é você?


star-girl.org


What city are you? Find out @ star-girl.org!


:: Tovah ::
# 19:29 Dizaê!
...
Capítulo II, parte 6.

No trecho anterior, Nekt testou o suka'en (que permite ver o passado) de Don, terminando com a frase "se você tiver telal...". Este trecho já foi publicado, desta vez resolvi dividir em dois posts pra melhorar a leitura.

"De repente saltou para junto dele.
- Feche os olhos. Agora. Concentre-se. Concentre-se em... suas mãos. Sinta seus dedos com a mente. Lembra de seu taian de alma? Diga como é o rosto dele.

- Terlize - respondeu Don, sem pensar.

- Terlize? Don, você não...

Ele abriu os olhos incrédulos e encarou o maka-sha'iz com tal expressão que este calou-se.

- Eu vi, enkaf. Não acredito, eu vi! Tinha os cabelos escuros, olhos escuros, mas era terlize, não tenho dúvida alguma.

- Alguns clãs do povo feiticeiro têm sangue ghi'al e são mais escuros. O que mais?

- Ele estava... acho que se despedindo de alguém. Ele não quer ir, mas quer, é... como se algo... prendesse-o para ficar... mas é importante que ele vá, e ele está feliz. Eu não acredito, como eu posso ver alguém que nem conheço?

- Mas você viu Anie Tame ontem e não ficou surpreso.

- Você não entende! É como se fosse um irmão que não conheço, e é como... sinto como se estivesse acontecendo agora.

- E está. Esse é telal, o dom de Terl. E o domínio da Deusa é o presente. Incrível como é fácil para você, é como para os terlizes, para mim às vezes exige tanto esforço! Meu telal é fraco, e o seu é tão forte. Você tem certeza que não quer ser sacerdote?"
:: Tovah ::
# 17:22 Dizaê!
...
:: 27.5.04 ::
Capítulo II, parte 5.

No trecho anterior, deixamos Don sonhando com a mulher do olho na testa, depois de ter testado seu ghytz, o dom do deus Ghyla. Vocabulário: maka-sha'iz é equivalente a supremo sacerdote.

"Não contou o sonho a Nekt. Logo após a primeira refeição, o maka-sha'iz voltou a trancar-se com ele em seu compartimento. Fez com que sentasse e pôs entre suas mãos uma pequena jóia, uma presilha azul em forma de flor ou de estrela.

- Quero que feche os olhos e diga o que vê sobre a pessoa que possuiu esse objeto.

Don concentrou-se, esforçou-se, mas não conseguiu. Nekt insistiu e ele tentou novamente.

- Não posso ver - disse por fim.

- Nada? Nenhuma sensação?

- Não... nada...

- Nenhuma impressão?

O jovem ficou silencioso. O sacerdote aproximou-se:

- Diga o que sentiu. Qualquer coisa.

- Não sei... uma sensação vaga... nem sei se... uma tristeza, como se... como quando uma pessoa querida vai embora - lembrou-se agudamente de Delok.

- Sim... está certo... e o que mais?

- Ela... será que ela amava o estrangeiro?

- O estrangeiro?

- O estrangeiro que deu isso a ela. Porque as mulheres ghi'als não usam coisas assim, normalmente elas têm o cabelo curto, além disso é muito...

- Don! Ah, criança... eu não disse que era ghi'al. Você racionalizou, mas estava no dom. Eu não disse que era ghi'al, nem mesmo que era mulher. Mas era, você está certo, e foi sim um estrangeiro quem deu isso a ela. É uma flor de ukar, que representa o amor dos deuses. Era de minha neta May'el. Sim, ela amou Mishe Palaki.

Tomou a jóia das mãos de Don e beijou-a. Guardou-a numa caixinha e sentou-se encarando fixamente o rapaz.

- Isto é suka'en, o dom de Sukassi. É a visão do passado. Você não pode ver, o dom é fraco em você. Mas pode sentir, o que não é pouco. Já pensou em ser sacerdote?

O outro foi pego de surpresa.

- Eu acho que já disse... Não é o que desejo.

- Hum... uma pena. Você devia considerar. Ainda é tempo. É um pouco tarde, mas é tempo. Se você tiver telal..."
:: Tovah ::
# 21:50 Dizaê!
...
:: 25.5.04 ::
Há algum tempo tinham me pedido um "mapa" de Andrameni. Eu respondi que era algo muito amplo e que podia tentar fazer o "mapa" da região dos povos sagrados. Enrolei, mas acabei fazendo. Está aí, meio tosco (mas espero que compreensível), o resultado. Também não está muito do jeito que eu queria, tinha pensado em algumas coisas diferentes, mas acho que acabou até ficando melhor desse jeito. O que importa é que tenho o orgulho de apresentar...


Legenda das estrelas, em sentido anti-horário:

Setor sukak: ou planetas vermelhos. Nameo é onde ficam a capital, Gabra, e Ghel'er, onde nasceram o supremo sacerdote Mej Ghel'er-ka e sua neta Nalk al-Bakfai. Knepr é um planeta que aparece numa citação sem importância no quinto capítulo do Prelúdio.

Setor terlize: Isinie é onde ficam a capital, Berika, e três dos clãs (rhekas) que eu menciono, os Zaud de Zadua, os Heidl de Heida e os Ketz de Ketar. Em Lu'ok fica a cidade neutra de Mau'r, um centro de estudos. La'are, na fronteira com os heaklas, é terra do clã Ti'er, do chefe dos diplomatas terlizes, Eamen Ti'er.

Setor ghi'al: Ga'ak, na chamada fronteira distante, é onde nasceram os gêmeos Don e Delok Vari. Hami'o é onde ficam a capital, Malka, e Darik, a cidade onde nasceu o supremo sacerdote Nekt Vamin. Andare não é habitada: é a "estrela do tempo". Zegzu é a estrela da "cidade sem lei", Zanio, neutra.

Setor silki: Digz é a estrela de um personagem que vai aparecer muito pra frente. Em Naderh fica Ori'an, a capital de toda a galáxia.

Fronteira heakla-silki: a estrela Iesh é compartilhada pelos dois povos. É nela que ficam, em planetas diferentes, Kaika, terra natal de Mishe Palaki-Thara, e Prashi, onde nasceram as rainhas Elak e Laner.

Setor heakla: Agadea é onde ficam a capital, Tala, e a cidade de Slaun, terra de Meli Anike-Shan, mulher do príncipe La'or. Assikay, na fronteira com os sheitzis, é onde nasceu a futura segunda de Mishe, Ni'el Azhoi-Shei'er.

Fronteira sheitzi-heakla: a estrela Y'ulfar é compartilhada entre os dois povos e os mapza-fai, ou homens-cavalos, um povo não-humanóide que só habita nela.

Setor sheitzi: ou planetas gelados. Gadhik é onde nasceu Viria Tzepan'it, uma das futuras líderes daksi. Zai'ok é onde fica a capital, Zherau. De Odhel é originária a lendária família Naradit, mais exatamente da cidade de Narad. Valea Naradit nasceu nessa estrela, mas em outro planeta.
:: Tovah ::
# 23:46 Dizaê!
...
Sei que tou devendo um novo post... sei que faz seis dias que não atualizo este site... mas hoje não. Hoje tenho que cozinhar. Bife de panela ao vinho com batatas na manteiga, que tal?

E depois gastar as calorias na academia ;-)
:: Tovah ::
# 14:24 Dizaê!
...
:: 18.5.04 ::
Capítulo II, parte 4.

No trecho anterior, Don teve uma visão impressionante e terminou dizendo que achava que ia chorar. Vocabulário: maka-sha'iz é "supremo sacerdote"; ghytz, aprendemos da última vez, é o dom do deus Ghyla; décimo (às vezes uso a palavra andrish "daute") é a divisão do ano andrish.

"Nekt amparou-o, e Don não chorou. Aos poucos, sentiu-se aquecer e compreendeu que não veria mais nada. O maka-sha'iz também percebeu; sentou-se, com o rosto apoiado nas mãos, e disse lentamente:

- Você sabe o que viu, filho?

- Não. Ou pelo menos não estou certo.

- O sol vermelho chama-se Nameo, o planeta é Naruj, e sim, as pessoas são sukaks. A torre de pedra negra fica em Gabra, Naruj. É a sede do Conselho. O homem loiro... um heakla? Pode ser Anie Tame-He'ir, o representante deles. Branco como a morte, você disse? Era um homem jovem ou idoso?

- Mais velho... não como você, mas não jovem. Pelo menos cinqüenta anos.

- Só pode ser Anie. Ele tem 64, mas os heaklas sempre parecem mais jovens. Se fosse Mishe eu esperaria qualquer coisa... mas Anie não é de se abalar assim. Chega, chega, você deve estar cansado. Vamos comer. Mas me diga. Compreendeu o que viu?

- Na verdade, não muito bem.

- O futuro, Don. O domínio de Ghyla. Você viu o futuro. Amanhã vamos saber do presente e do passado.

O jovem ghi'al quase não dormiu, no entanto. Um ânimo novo e estranho preenchia-o, afastando o cansaço; mais tarde soube que era efeito do despertar do ghytz. Olhou as estrelas pelas vigias, por muito tempo, acompanhando o brilho de Andare, que passava do rubro das horas de sono até o alaranjado e o amarelo do despertar, para chegar mais tarde ao branco do meio do dia. Pensou que o terceiro décimo já começara e estavam a meio caminho de Y'elte, a festa do meio do ano, quando a estrela do tempo tornava-se apagada como os sóis dos sukaks, para depois ressurgir até alcançar um brilho impossível - o começo de um novo ano para toda Andrameni. Adormeceu sentado, a cabeça morena encostada à vigia, e sonhou que uma linda mulher, com um olho na testa como a deusa Terl, coroava-o com flores azuis, que se tornavam amarelas e rubras como Andare, mas por fim eram todas negras, enquanto uma voz dizia: "Este será seu emblema"."
:: Tovah ::
# 19:06 Dizaê!
...
:: 15.5.04 ::
Capítulo II, parte 3.

No capítulo anterior... tou me sentindo numa novela dos anos 50... Nekt resolveu testar os dons de Don (isto tá infame, preciso de outra palavra!). Vocabulário: alma-shaki é uma interjeição, mais ou menos equivalente a "meu deus". Enkaf é um tratamento formal, mais ou menos equivalente a "senhor".

"Sentou-se e fechou os olhos, e Don sentiu que deveria fazer o mesmo. Ouviu a voz de Nekt:

- Agora olhe sem olhar e diga o que você vê. Não vai ver de verdade, os dons são como sonhos; apenas diga a primeira imagem que vier.

Fez um esforço para concentrar-se até que pressentiu algo:

- É um lugar todo vermelho. Nunca vi... é o sol que é vermelho, é tudo escuro e vermelho e quente. Pessoas pequenas... acho que são sukaks. Uma casa... não, um palácio, uma torre muito grande, feita de pedra negra.

De repente, um turbilhão de imagens invadiu sua cabeça, tão rápido que não conseguia compreendê-las. Deu um grito, sentindo o coração disparado e o suor escorrendo da testa. Uma pressão nas têmporas acalmou-o. Abriu os olhos e viu Nekt, muito sério, olhando para ele com as mãos em sua cabeça.

- Calma. Não de uma vez. Quando isso acontecer de novo, respire e abra os olhos, as visões vão embora. Depois, se quiser, continue. Mas não de uma vez. Agora conte o que viu.

- Eu não sei... não consegui...

- Eu sei, criança. Diga-me apenas a sensação que você teve. Esse é ghytz, o dom de Ghyla. Pode ser muito assustador. Pode enlouquecer, então tome cuidado. Diga o que sentiu.

Don sentiu frio enquanto tentava ordenar sua mente.

- Perigo. Não é bem isso; não. É como se algo muito ruim houvesse acontecido. Alguém chorando. Ah! Alma-shaki! É como se alguém muito querido estivesse sofrendo.

- Foi lá? Algo que aconteceu lá? Alguém se feriu? Um atentado?

- Não... não sei, acho que não. - Don sentiu novamente uma visão e estremeceu. - É possível ver algo com os olhos abertos, enkaf?

- É possível, Don. Diga o que viu.

- Um... um mensageiro. Para um homem de cabelos dourados, lívido como o rosto de Sukassi. A notícia veio de fora. Acho que vou chorar."

:: Tovah ::
# 00:27 Dizaê!
...
:: 11.5.04 ::
Querem saber que cara eu tenho?



A Tovahzinha aí em cima foi feita com a ferramenta do site Dollzmania

:: Tovah ::
# 23:06 Dizaê!
...
Capítulo II - parte 2

Na nave, Nekt acabou de contar para Don a história de Mishe Palaki, terminando com as reminiscências de Edei. Vocabulário: maka-sha'iz é o supremo sacerdote de uma religião.

"Ficou imóvel, olhando para o infinito, e Don perguntou-se o que ele queria dizer com aquilo. Imaginou mesmo se, na idade a que chegara, Nekt já não teria perdido a sanidade. Mas o velho saiu do silêncio dizendo:

- Na verdade, ele parecia mesmo muito com você. Os mesmos olhos... Você nunca pensou em ser sacerdote?

- Por que pensaria? - respondeu sem refletir.

Nekt encolheu os ombros e olhou para ele como se quisesse enxergar o que tinha por dentro.

- Há algo em você... um jeito de olhar, a voz, uma obsessão talvez... Ou não é nada disso... estou misturando os dons... Estou velho demais, criança, velho demais e cansado... Não quero mais ver, mas há tanto que ver...

Recostou a poltrona de pêlo e pareceu adormecer, mas logo Don deu-se conta que ele continuava falando para si mesmo. Pareceu-lhe tão desamparado que não resistiu ao impulso de sentar-se no chão de gravidade artificial e apoiar a cabeça nos joelhos de Nekt, para senti-lo acariciar seus cabelos, como se fosse um menino junto ao avô.

Acordou assustado, deitado no chão, e não viu o maka-sha'iz na poltrona. Já se erguera de um salto quando ouviu a voz atrás dele:

- Tenho um bisneto da sua idade. A mãe foi minha primeira neta, minha preferida. Morreu quando ele tinha um ano. Ele será sacerdote. Não se parece com você. Mas gostei de sentir como se fosse seu avô. Obrigado.

Aproximou-se de Don e beijou-o na face.

- Quero testar você. Sei que tem os dons, que pode usar intuição e telepatia, quero saber quanto você tem de cada um."
:: Tovah ::
# 22:25 Dizaê!
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:: 10.5.04 ::
Gente, sei que estou devendo um novo post, mas minha vida andou uma loucuuura semana passada. Pela ordem:

1) Eu e o digníssimo abrimos uma conta conjunta (agora é oficial, não dá mais pra fugir da união estável.. heheh) e perdemos um bom tempo acertando as coisas;

2) Fiquei de office girl da livraria e toca ir ao correio, ao banco, ao correio de novo...

3) Voltei para a academia (yess!!!), o que significa que meu dia está duas horas mais curto :-D Além disso, cheguei em casa quebrada tanto na quinta quanto na sexta e nem pensei em ligar o computador...

4) Dia das Mães na casa da sogra :-)
:: Tovah ::
# 08:27 Dizaê!
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:: 3.5.04 ::
Capítulo II - parte 1

Parte deste trecho foi publicado aqui, há muito tempo, mas foi muito mudado. Ainda lembram o que significa maka-sha'iz e taian, né? ;-) Shaska --que às vezes traduzo por "casa sagrada"-- é uma mistura de templo e mosteiro.

"Era apenas a segunda vez que Don fazia um vôo interestelar, e a nave particular do maka-sha'iz não se parecia em nada com o veículo econômico em que ele e Delok haviam empreendido a viagem até Malka. Instalado na macia poltrona do compartimento particular de Nekt, sozinho com o velho, Don sentiu falta do taian como nunca. Quantas experiências mais ele viveria que Delok não teria oportunidade? O quanto estariam mudadas as cabeças dos dois quando se encontrassem novamente? Alguma vez seriam como um de novo?

Ele também sentiu a diferença no vôo da nave. Embora a tecnologia moderna permitisse fazer uma viagem a qualquer distância dentro de Andrameni em poucas horas, graças à aceleração de dobra contínua, Nekt preferia ir aos poucos, à maneira antiga. Com isso, a ida à capital dos sukaks levava quase cinco dias; em compensação, mantinham a consciência todo o tempo. No entanto, o maka-sha'iz nem sempre parecia dar importância a seu jovem companheiro; durante o primeiro dia, mal se dirigiu a ele, a não ser para oferecer algum petisco que mastigava enquanto falava sozinho.

No segundo dia, sem aviso prévio, estalou a língua, virou para Don e perguntou:

—Qual dos outros povos você acha mais bonito?

O rapaz não precisou pensar muito para responder:

—Terlize.

—Terlize? Interessante. Não heakla, terlize? Tem certeza?

—Tenho, não acho os heaklas tão bonitos como dizem.

Nekt deu uma de suas risadas e arregalou os olhos:

—É porque você nunca viu um de perto. Eles são perfeitos. Simplesmente perfeitos. A pele é como ouro, não morena como a sua, não clara como a dos terlizes, mas como ouro, da cor dos cabelos, da cor dos pêlos do peito, e perfeita. Você tem esses sinais no rosto, eu tenho aqui no braço, mas eles não, nem uma mancha sequer! Nenhum deles, nem uma só. E quando eles querem, você enlouquece. É irresistível. Você vai saber quando encontrar um. São encantadores, simplesmente encantadores. Havia um deles... Ele deve ir a Gabra. Mishe Palaki-Thara. É uma beleza notável. Não o vejo há 20 anos, não tudo isso, talvez 15... muito tempo, de qualquer jeito. Devemos encontrá-lo quando chegarmos. Um homem brilhante, culto, viajado, mas uma beleza notável. Foi muito famoso quando era jovem, as pessoas enlouqueciam com a beleza dele. Não sei como está hoje, deve estar mais velho e gordo, mas era extraordinário. Mesmo sem querer, as pessoas caíam a seus pés, qualquer um, e ele não precisava fazer nada para isso. Você gosta de homens? Digo, sente atração por homens? Ou mulheres?

—Não, só mulheres! Que pergunta!

—É, é, desculpe, foi inconveniente. É, eu também só sentia atração por mulheres, aí Mishe veio estudar em Malka. Eu era líder de um shaska. Ele tinha 28 anos. Quarenta a menos que eu. —O olhar de Nekt perdeu-se.— Se eu não fosse já um velho, velho demais para ele, velho demais para essas coisas... Mas quem era jovem perdeu a cabeça. Homens e mulheres, todos, quase trinta pessoas numa casa sagrada, todos doentes de paixão. Ele era uma beleza notável. Pobre Mishe! Cada dia era uma coisa diferente. Um dia invadiram o quarto dele. Outra vez fizeram um tumulto tão grande na biblioteca que ele foi obrigado a parar de ir lá. Certa vez uma garota tentou beijá-lo à força, e depois descobri que não foi a única. Não era assim inocente; os heaklas nunca são. Teve um e outro amor, todos de pouco tempo, e então se apaixonou de verdade. Por um rapaz, Edei. Era seu aluno de música, pois Mishe toca muito bem. Olhos azuis, cabelos escuros e crespos, pele morena. Até se parecia com você. Tinha uma linda voz e contava histórias como ninguém, seria um ótimo bardo-sacerdote. Mas não agüentou ter aquela beleza que todos queriam. Um dia, enlouqueceu. Isso acontece de vez em quando com os nossos; ficamos tão obcecados que enlouquecemos. Estava admirando a beleza do amante enquanto ele dormia, e de tanto olhar enlouqueceu. E tentou matá-lo. Os nossos não fazem isso, ainda mais um sacerdote. Mas ele esfaqueou Mishe duas vezes. Depois pediu socorro e se entregou. Edei Mait. Seria um ótimo sacerdote."

:: Tovah ::
# 17:22 Dizaê!
...

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