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:: 14.1.05 ::

Tenho uma má notícia para quem está acompanhando o Prelúdio aqui no blog. Não estou conseguindo escrever com velocidade, porque ando tendo muita coisa pra fazer (casa nova pra arrumar... suspiro). Só tenho mais um trecho escrito do capítulo VI para postar (e olha que cheguei a ter dois capítulos inteiros de vantagem), portanto pode ser que os posts fiquem mais espaçados.

Mas ei! não fiquem tão tristes! Não vou parar nem abandonar o projeto. Ele continua, por exemplo, na comunidade Orkut Universo Andrameni. Associem-se!

Fiquem abaixo com o novo trecho. Desta vez caprichei no tamanho, hem!
:: Tovah ::
# 11:24 Dizaê!
...
Capítulo VI, parte 3.

No trecho anterior, Don estava pegando o café da manhã do sacerdote Nekt quando ouviu a voz de Mishe dizendo "Não consigo entender isso, Anie". Vocabulário: Einu, no dialeto heakla, quer dizer "pacífica". Takpa é o conselho dos povos sagrados. Mishemi é um diminutivo do nome Mishe.

"- É como estou dizendo, não há mistério - a voz grave de Anie soou abafada. - Ainda que nosso esforço seja inútil e não consigamos evitar a guerra contra os silkis, se conseguirmos o apoio do Conselho isso pode ser benéfico a nós heaklas, talvez até mais.

- É isso que não consigo entender. Como a guerra pode ser benéfica? Como você pode achar a morte algo indiferente, Anie? Logo você?

- Não acho a morte algo indiferente, Mishe! Como você pode dizer isso, me conhecendo como conhece? Mas guerra, luta, isso não é algo necessariamente ruim. Às vezes as coisas não mudam de outra maneira. Precisamos que as coisas mudem, não importa o meio, senão morreremos. Será que você não entende que os heaklas estão ameaçados? Se tivermos de enfrentar os silkis sozinhos, morreremos todos, por isso paz é fundamental, mas se estivermos sozinhos não será uma paz honrosa. Se tivermos o apoio dos outros povos, a paz já não importa tanto. Se o Takpa nos der razão, e os outros povos lutarem conosco, será o fim do governo silki e sairemos fortalecidos. Essa é a herança que eu quero deixar para você, Mishe, quando for minha hora, liderar um povo fortalecido, e não a paz dos mortos.

- Pare com isso, Anie, pare de falar como se você fosse morrer amanhã, estou cansado dessa conversa. Ainda vai viver muito, mais do que eu até, porque você é mais forte. Não quero liderar um povo à custa de mortes, muito menos da sua morte. Ainda acho que uma paz ruim é melhor que qualquer guerra. Se eu não acreditasse no esforço dos diplomatas, por que seria um deles?

Anie soltou uma gargalhada:

- Você é um diplomata muito talentoso e de muita sorte, Mishe Palaki, que ama tanto a paz que deu à filha o nome de Einu, que já conseguiu apartar muitas disputas e raramente é derrotado. Mas nem sempre os outros estão dispostos a ouvir, não importa quão belos sejam seus olhos azuis. Não é isso que nos ensinam nossos jovens, fugindo para o vale de Bri'eta e para o deserto de Owai para lutar por um silki que por amor virou heakla? Se provarmos que eles têm razão diante de todo o Takpa, não vale a pena lutar para que a razão prevaleça? Pense comigo, Mishe. Se conquistarmos o Conselho, e o Conselho vencer os silkis, será um de nossos diplomatas o homem que estará no trono. Será meu amigo La'or, seu amigo. E a rainha será nossa pequena Meli, que cresceu debaixo dos nossos olhos e adora você como um pai. Se o Conselho perder, será a guerra, mas nós ganharemos do mesmo jeito, porque os silkis terão desrespeitado seu mandato e nós é que estamos na liderança, mostrando os erros dos reis. Não precisamos nos esforçar para um lado, nem para o outro. Ganharemos de ambos os jeitos.

- Não consigo pensar desse jeito, Anie, sinto muito.

- Ah, Mishemi, você é um idealista - riu. - E é isso que eu adoro em você. Mas nem sempre a realidade corresponde aos ideais, o que é uma pena. E se a situação ficar tão ruim quanto pode, você vai precisar ter os dois pés no chão. Você é meu escolhido, e vai precisar estar preparado para seguir essa luta quando eu não estiver mais aqui. Essa é uma luta necessária, porque é justa, Mishe. É nossa liberdade que está em jogo.

- Não há liberdade sem paz - replicou o outro.

- Não acredite nisso. É o inverso que ocorre. Não há paz sem liberdade. A não ser a paz dos mortos. - Subitamente, fez uma pausa. - Estou sentindo um vento, acho que você deixou a porta aberta.

Antes que Don pudesse fugir, o rosto de Anie apareceu no vão da porta e ganhou uma expressão de surpresa ao encontrá-lo. No momento seguinte, no entanto, seus olhos encheram-se de profunda irritação e foi quase com ódio que o diplomata fechou-se no quarto."
:: Tovah ::
# 11:16 Dizaê!
...
:: 4.1.05 ::
Capítulo VI, parte 2.

Sei que ficou pequeno, mas eu não tinha outro lugar pra cortar...

No trecho anterior, Don falava com Nekt a respeito de uma visão em que se via todo vestido de negro.

Vocabulário: enkaf é uma saudação formal como "senhor"; Takpa é o conselho dos povos sagrados, junto ao qual Nekt representa os ghi'als; akun e bri'azl são plantas; mapza é um animal de seis patas usado para transporte e leite.


"Don ficou pensativo, franziu as sobrancelhas e encostou os indicadores na boca. Nekt começou a rir:

- Que atitude mais grave para um rapazinho! Desculpe, desculpe, fique com seus pensamentos, ignore este velho.

Levantou-se e ficou andando em torno do quarto, falando consigo mesmo. Don seguiu-o com os olhos, primeiro levemente zangado, depois divertido. De repente teve um estalo e falou de uma vez:

- Será que o uniforme negro pode representar algo além dos povos? Eu vi a mim mesmo de uniforme negro, será que isso quer dizer alguma coisa nesse sentido? Enkaf, uma visão pode ser simbólica ao invés de real?

- Sim, sim, é claro, me deixe pensar a respeito disso. Não posso pensar de estômago vazio, você não traria meu café da manhã? Então vou pensar sobre sua visão, vou pensar a manhã toda no Takpa, e conversaremos à hora da refeição do meio do dia. Traga algo quente, e veja se tem pão de farinha, não gosto de pão de akun. Se não tiver, poderia trazer bolachas de soldado?

Don sabia que era sua obrigação, mas a forma como Nekt falava com ele fazia parecer apenas um favor de amigo. Assim, foi com prazer que dirigiu-se ao totem-copa na outra ponta do corredor e, teclando alguns botões, preparou uma bandeja caprichada, com dois tipos de pão de farinha, chá de folhas de bri'azl e leite de mapza quente, geléia doce e geléia salgada. Quando preparava-se para voltar, ouviu vozes que saíam de uma das portas, negligentemente entreaberta. Tomou um choque e parou ao reconhecer a voz de Mishe.

- Não consigo entender isso, Anie."
:: Tovah ::
# 13:49 Dizaê!
...

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